sábado, 28 de maio de 2016

Viva o dia de amanhã :: Hurray for tomorrow's day

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Cinco meses de Qatar. E a vida vai-se, finalmente, ajeitando por aqui. 

Cinco meses a viver no limiar do cinzentão. (Emocional. Não meteorológico!) - Houve dias de puro desespero, em que temi pela minha boa sanidade mental. Juro que sim.
Posso admitir, já estar fora da red zone, e sei, perfeitamente, quem me manteve à superfície: Os livros, minha gente! (Romances, essencialmente).
Se há alguém que possa dizer, com toda a certeza, que os livros são os seus melhores amigos. Esse alguém, sou eu. Simplesmente, porque já fui salva por eles, muitas vezes...
É neles que me refugio nos momentos de angústia. São a única companhia que consigo tolerar (para além do silêncio). Eles têm sempre todas as respostas. E nunca fazem perguntas.

Evadir-me para uma realidade bem longínqua e distinta da minha, parece resultar comigo. 
Ler, ajuda-me a criar distanciamento da origem das minhas penas, assim que, quando regresso novamente a elas, me parecem ligeiramente mais leves.

Ainda bem que me vou cruzando com outras mães, acabadas de chegar, que se sentem de igual forma, desenraizadas e a construir mecanismos internos de adaptação à nova realidade - a partilha de experiências é das melhores coisas do mundo. A união que criam entre as pessoas, também.

Não quero com isto transmitir a ideia, e-r-r-a-d-a, de que esteja infeliz neste pais, emprestado. Nada disso! Muito pelo contrário. Sou infinitamente grata pela oportunidade que a minha família tem, por todas as experiências que nos dá diariamente, pela multi-culturalidade à nossa volta, pelas pessoas que se cruzam no nosso caminho, e que vou conhecendo melhor, todos os dias.
Gosto, antes, de pensar nesta fase inicial, como um custo de oportunidade. 

A realidade dos dias não se alterou, portanto. Ainda requer reajustamentos. Mas a chegada das nossas coisas, representou, indubitavelmente, o momento da mudança, no estado de espírito instalado.
Finalmente, a nossa casa parece-se menos com uma casa, e mais com um lar. A nossa vida parece-se  menos com a vida de campistas, e mais com a nossa.

Aquilo que demorei duas semanas a embalar, montei em 4 dias, completamente obstinada e focada no objectivo. Estava faminta de me sentir eu mesma, novamente. 
A vontade de criar está a regressar, devagarinho. O meu "atelier" já conheceu o seu novo espaço, e está satisfeito com ele; a minha cozinha, já preencheu todos os cantinhos vazios, e já podemos comer os "coaxões da mamã" ao pequeno-almoço.

O Salvador já pode dormir na cama dele e brincar com os seus carrinhos, com as suas pistas, com os seus puzzles e as tão desejadas "pastilinas" - que é como quem diz: Plasticinas.

E este, porém, foi o momento por que mais ansiei: Ver os seus olhinhos brilhar, ao abrir cada uma das suas caixas. Era como se nunca tivesse visto nenhum daqueles brinquedos antes.

Poderão não compreender a dimensão que isto teve para mim, mas, talvez, se vos disser que a última vez que desempacotei a minha "casa", tive que enfrentar um berço vazio, roupas que nunca puderam ser usadas, e por aí fora... eventualmente, compreendam que poderá, muito bem, ter sido um ajuste de contas com o passado... Desta vez, deu-me, realmente, um prazer desmesurado.

Viva o dia de amanhã! - Até porque, curiosamente, é o meu aniversário.

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Five months of Qatar, and life is finally settling.

Five months living in grey tons. - There were days of pure desperation, in which I feared for my good mental sanity. I swear it to you.
I can, now, admit, to be out of the red zone, and know, exactly, what kept me at surface: Books, folks! (Romances, essentially).
If there's anyone out there, who can say that books are our best friends, that would be me. Simply, because I was saved by them many times...
In times of distress, it's in the books, that I refuge myself. They're the only company that I can tolerate (apart from the silence). They, always, have all the answers. And they never ask questions.

Evading myself to a very distant and different reality from mine, appears to work for me.
Reading helps me creating distance from the origin of my pains, so that, when I return to them again, they seem slightly lighter.

I'm glad I meet some other moms, freshly arrived to the country, that feel the same way, uproot and building intern mechanisms to adapt to the new reality - the sharing of experiences is the best thing in the world. The union it creates between people, too.

This is not to convey the w-r-o-n-g idea, that I'm unhappy in this, borrowed, country. Not at all! Quite the opposite, actually. I am infinitely grateful for the opportunity that my family is having, for all  the experiences it gives us daily, for the multi-culturality around us and the people who crosses our path, and I get to know better, every day.
Instead, I like to think about this initial stage as an opportunity cost.

The reality of the days hasn't, then, changed much. It still requires readjustments. But the arrival of our belongings, represented, undoubtedly, a change in the installed state of mind. Finally, our house looks less like a house, and more like a home. And our life, seems less a camper's life, and more our own.

What took me two weeks to pack, I set up in four days. Completely focused on the goal. I was so hungry to feel myself again.
The desire to create is, slowly, returning. My "studio" met his new space, and is satisfied with it; my kitchen has already filled the empty corners, and we can now eat "Mummy's coaxões" for breakfast.

Salvador can now sleep in his bed and play with his cars, his tracks, his puzzles and the much desired "pastilinas" - that is to say: Play-doh.

And this, however, was the moment I yearned the most: Watch his little eyes shine, opening each of his boxes. It was like he had never seen any of those toys before.

You might not come to understand the scale that this event had on me, but perhaps if I tell you that the last time I unpacked my "home", I had to face an empty crib, clothes that had never being used, and so on... and then you can, eventually, understand that this may well have been a settling of accounts with the past... This time, gave me an, indescribable, pleasure.

Hurray for tomorrow´s day! - Because, oddly enough, it is my birthday.


Font IFont II

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sábado, 21 de maio de 2016

Sofia's Whispers na Kide Magazine :: Sofia's Whispers in Kide Magazine

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Quando o N me convidou para escrever um artigo, mensalmente, para a Kide Magazine, a minha primeira reacção foi pensar que se tinha enganado no número. 

Uma plataforma de kids fashion? De certeza? - Se há território, absolutamente, inexplorado no Sofia's Whispers é o mundo da moda! 

Rapidamente o N me garantiu não estar enganado, coisíssima nenhuma, e tratou de me explicar o projecto, tim-tim-por-tim-tim.
Eu escreveria, afinal, para a coluna Living.
(Fewww... Podia respirar de alívio...)

Não havia como dizer "não" a este desafio, e a minha segunda reacção, foi sentir-me grata pela consideração desta simpática equipa. 

O primeiro artigo já está live, aqui.
Podem, também, conhecer as demais autoras, e respectivas colunas, aqui

Ora bem, apesar de eu não dominar, particularmente, bem o mundo da moda, é facto que sei , exactamente, aquilo de que gosto - especialmente, se se trata de escolher roupa para o Salvador - 
Identifico-me com o clássico intemporal. Cores neutras. 
As propostas da KIDE, foram portanto, uma muito agradável descoberta. Pois reúne numa só plataforma, uma seleção de pequenas marcas de designers independentes, que oferecem artigos trendy a preços justos. A seleção das marcas tem sempre em atenção três princípios básicos: qualidade, design e práticas sustentáveis de produção
Gosto muito de saber que a Kide, reúne peças de que gosto de vestir ao meu filho, mas gosto também de saber que existe uma preocupação em ajudar as marcas e designers locais, a crescer de forma sustentável e consciente.
Adicionalmente, é bom saber que se pode comprar online, em qualquer parte do mundo.

Muito obrigada por esta parceria, NP. Grata.

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When N invited me to write a monthly article for Kide Magazine, my first reaction was: "He must have got the wrong number".

A kids fashion platform? Is this for real? - If is there an, absolutely, unexplored territory in Sofia's Whispers, this would be the fashion world! What do I know about fashion? 

N quickly explained the project to me, and assured me that he wasn't mistaken. He wanted me to write for their Living column. 
(Fewww... I could live with that...)

There was no way to say "no" to this challenge, and my second reaction, was to feel grateful for this opportunity.

The first article is already live here
You can also know the other authors, and their columns, here.

Well, although I don't know much about the fashion world, it is a fact that I know, exactly, what I do like. (Particularly if it comes to choosing clothes for Salvador). I identify myself with a timeless classic style. Neutral colors.

KIDE's proposals, were therefore, a very nice discovery. As it gathers in a single platform a selection of small independent brands of designers, that offer trendy items at fair prices. The selection of brands always have in mind three basic principles: quality, design and sustainable production practices.
I like to know that Kide stocks pieces that I'd like to dress my son on, but I also like to aknowledge that there's a mindful concern in helping brands and local designers to grow sustainably.

Additionally, it is likewise good to know that you can buy online, anywhere in the world.

Dear NP, thank you so very much for this partnership. 


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terça-feira, 10 de maio de 2016

Meet Bonnie and Clyde

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A vida por aqui ainda não estabilizou, e eu, naturalmente, sofro, emocionalmente, as consequências disso... Esta aventura pelas arábias, ainda me tem, completamente, desatinada e com sensações de falta de ar. Mas é nos momentos mais inesperados que acontecem as coisas mais fascinantes... 

Há 5 semanas atrás, um vizinho encontrou estas duas, amorosas, criaturas... no caixote do lixo. Ainda não abriam os olhos...
Cuidou delas carinhosamente e lançou um apelo à comunidade local.
Quando lhes pus os olhos em cima, soube, imediatamente, que tinha que estar envolvida no resgate - a gata era simplesmente igual à nossa, querida, Micas - infelizmente, desaparecida há cerca de um ano - não tinha, portanto, como ficar indiferente...

A Bonnie e o Clyde fazem, agora, parte da nossa família. As suas brincadeiras toscas e o seu ronronar amoroso, fazem as nossas delícias diárias.
O Clyde é tão charmoso, que o meu vizinho vai acabar por o adoptar, caso não encontre um lar, que o queira acolher.

Quando chegamos a casa, a primeira coisa que o Salvador faz, é procurar as minúsculas mascotes. - "Oh gatinhos lindos e fofinhos! Venham cá."- Pobres coitados, fogem dele a sete pés, mas por algum, inexplicável, motivo, não ousam arranha-lo, como fazem conosco.

Oh! Que casualidade tão boa! Hora certa, momento certo. Como podem, dois gatinhos indefesos, trazer tanta alegria a uma casa?

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Life around here has not stabilized yet, and I'm, obviously, suffering the emotional consequences of it... This Arabian adventure has still got me completely disoriented and breathless. But it is in the most unexpected moments, that the most fascinating things happen...

Five weeks ago, my neighbor found these two, loving, creatures... in the trash. They wouldn't opened their eyes yet...
He's foster them, and launched an appeal to the local community. 
When I, first, put my eyes on them, immediately, knew I'd to be involved in the rescue plan - I mean, how couldn't I be? The female kitten just looked like, our dear, Micas - unfortunately gone missing for about a year, now.

Bonnie and Clyde, became part of our family. 
They're so cute playing. It's, simply, a delight to watch. Their purr, daily, melt our hearts.
Clyde is so charming, that my neighbor didn't resist adopting him, in case we can't find a suitable home for him.

When we get home, the first thing Salvador does is to look for the kittens. - "Oh! Beautiful kittens. Come here."- Poor little ones, they hide everywhere, from him, but for some, inexplicable, reason, they don't seam to scratch him, as they do with us.

Oh! What a good coincidence! Right time, right place. 
How come two, helpless, little kittens, bring so much joy to a home? 


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quarta-feira, 27 de abril de 2016

O meu pequeno tributo, a ti, avózinha :: My little tribute to you, dear Grannie.

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Apesar das, inacreditáveis, melhorias que foste mostrando, ao longo das últimas 4 semanas, bem cá no fundo, eu sabia que a nossa despedida tinha sido a última.
Eu sabia que não estarias mais aí, quando eu regressasse...

A minha garganta está seca. A minha cabeça aturdida. Os meus sentidos, definitivamente, adormecidos.
Enquanto escrevo este pequeno tributo a ti, querida avózinha. Fecho os olhos e imagino todo o cenário que te rodeia, neste momento. E... O facto de não fazer parte dele... pela última vez, é angustiante.

7,387 km separam-me de ti, querida avózinha, e do teu corpo, agora frio e sem vida...

Uma vida, outrora, cheia de trabalho. Sete filhos. Sete netos. 
Há quem diga que, o sete, é um número de sorte. Será avózinha? 

Sempre te conheci com rugas, mas sem cabelos brancos.
Sempre me lembro de tomares medicamentos, para alguma coisa.
Gostavas de comer de pé. Comer sentada, era para dias de festa
Gostavas de fazer crochet - e um considerável número de peças de arte sairam das tuas, ávidas, mãos.
Querias ser invisível, não querias dar trabalho aos teus filhos. E assim foi, enquanto não tiveste outra opção...
Não eras uma pessoa de riso fácil, mas todos sabemos, lá em casa, o que sempre te arrancava uma boa gargalhada... :)

Eras a minha paragem obrigatória à saída da escola. De vez em quando, tinhas um pudim flan, (dos velhotes),  à minha espera, naqueles pequenos copinhos, que mais ninguém tinha igual...
Obrigavas-me a ir ao terço, nas férias do verão. 
Sempre que fazias lentilhas, guardavas um prato para mim (ninguém, até hoje, me conseguiu fazer lentilhas como as tuas! E sopas de ovos? As tuas serão, para sempre, as melhores!)

Também é verdade que tinhas "mau feitio". Mas facilmente qualquer pessoa percebia, que tinhas o melhor coração do mundo. E quanto a esse reconhecido "mau feitio, tão característico teu... é o que, curiosamente, mais saudades nos vai deixar...

Contigo aprendi que do pouco se consegue fazer muito. Que do velho, se pode voltar a fazer novo.
"Guarda o que não presta, e, terás o que precisas", lembro-me.

"É preciso aprender a fazer de tudo, minha filha" - dizias-me tu, infindáveis vezes, - "nunca se sabe, quando te vai dar jeito." - E esta, sem saberes, foi, simplesmente, a melhor lição de vida, que me deixaste...

Nunca foste uma pessoa, extraordinariamente doce, a vida, simplesmente, nunca to permitiu...
Encaraste os teus dias como se de uma batalha se tratasse. A força, sempre foi o teu melhor aliado.

Sobreviveste à fome. Sobreviveste ao frio. Sobreviveste, a longas horas, de árduo trabalho. No verão, ao "esturreiro" do sol, (como tu dizias), no inverno, debaixo das "moscas brancas", (como tu dizias, também). 
Remendaste muita roupa. Secaste outra tanta, ao calor da lareira, para vestir no dia seguinte. 
Grávida ou não, o dia começava, sempre, antes do sol nascer, e terminava, sempre, ao pôr do sol. 
Sobreviveste à perda de 3 filhas, duas delas, antes dos seus três anos e meio de idade - no silêncio do teu olhar, soube que foste das únicas pessoas, que me compreendeu visceralmente).   

Viste partir de casa, sempre com coragem, cada um dos teus filhos. 
O teu ninho ficou vazio.
Não sei como lidavas com isso, à noite, deitada na tua almofada. Mas sei que rezavas. Sei que te confortavas com a esperança de que o Senhor olharia pelas tuas crias no teu lugar, nas suas aventuras e desventuras.

Nunca foste um livro aberto. Foste um livro que aprendi a desfolhar. 
Senti, por ti, muitas coisas diferentes, ao longo dos anos. Das quais, hoje, ficam acima de tudo: A admiração. E a certeza de que somos muito mais uma da outra, do que aquilo que alguma de nós pode imaginar. 
Estás inscrita em mim, no meu ADN, nas minhas memórias, nas memórias que vou querer perdurar, através da geração futura. Eu sou, sem ter consciência disso, o resultado de muitas das tuas vivências. Estás comigo hoje, como estiveste ontem, e estarás para todo o meu sempre.

Hoje descansas esse teu corpo cansado, massacrado, tão cheio de tudo aquilo que tinhas reservado para ti. 
Uma vida cheia, uma vida, verdadeiramente, cheia. 
Uma vida que nos deixa, agora,  esta imensa saudade e vazio. 
Uma vida que fecha, porém, o seu capítulo com sentido de missão cumprida. 

Recebe, querida avózinha, à entrada desse jardim celestial, o maior, e o mais sentido abraço de gratidão, desta tua neta, que te ama daqui até à lua, e da lua até aqui.

E uma vénia.
Sim. Uma vénia!
Porque foste uma Rainha! Um autêntico farol, nas nossas vidas.

Até sempre, querida avó.
Sofia

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Despite the, unbelievable, improvements that you were showing, over the past four weeks, deep inside, I knew that our goodbye was to be the last.
I knew you wouldn't be there anymore for my return...

My throat is dry. My head dazed. My senses, definitely,  numb...
As I write this little tribute to you, dear granny, I close my eyes and imagine all the scenery around you right now. And... The fact that I'm no part of it... this last time. Is consuming.

7.387 km separate me from you, dear Grannie, and from your body, now cold and lifeless ...

A life, once, full of hard work. Seven children. Seven grandchildren.
Some people say that seven is a lucky number. Is it Grannie?

I've always known you with wrinkles. But none gray hair.
I always remember you taking some kind of medication, for some kind of pain.
You've always liked to have your meals standing - sitting was for festivity days.
You loved crochet - and a great number of art pieces, have, your avid hands, done.
You'd like to be invisible. Didn't want to bother your children, and so it was, until you're left with no other option...

You weren't an easy laugh person, but we all know, at home, what would, always, make erupt a great laugh out of you... :)

Your house was my mandatory first stop, when getting back home after school. Occasionally, you'd have a flan pudding, waiting for me on those tinny cups, that no one else had the same...
You'd forced me to go to chaplet mass everyday of my summer holidays.
Whenever you'd cook lentils, you'd always have a spare dish for me (no one, to this day, managed to cook lentils for me like you did! The same for your delicious egg and bread soup. Yours, will be forever and ever, the best!)

It's also true that you had a "bad temper". But anyone could easily realize you owned the biggest heart in the whole wide world. And regarding to that, well known and characteristic "bad temper, funny it is, that's exactly what we'll miss the most about you.

From you, I learned that from less, one can do much. From old, we can make new, again.
"Keep the damaged, and you'll find what you need," I remember you saying.

"You should learn how to do a little of everything, my dear " - you told me countless times - "you never know when it will be of use" - And this, without knowing, has simply been the best life lesson, you left me...

You've never been an, extraordinarily, sweet person. Life, simply, never allowed you to...
You faced your days as if they're a battle field. Your strength has always been your best ally.

Survived hunger. Survived cold. Survived long hours of hard work.
Mend many clothes. Dried so many others, for next day wear, in the warmth of the fireplace.
Pregnant or not, your day always began before sunrise, and always ended at sunset.
Survived the loss of three daughters, two of them, before they were three and a half years - in the silence of your eyes, I knew you were one of the few people who understood me viscerally).

You've seen your ducklings leave home, always with courage.
Your nest was empty.
I don't know how you've dealt with that at night, when resting your head on your pillow. But I know that your sleep was always induced by lots of prayers. I know this ritual filled you up of hope, hope,  that the Lord would look after your ducklings, on your absence. 

You've never been an open book. You've been a book I learned to leaf through.
I felt for you many different things, over the years. Which today are above all: Admiration. And the certainty that we are much more of each other than what any of us can imagine.
You're inscribed on me, in my DNA, in my memories, the memories that I want to keep on through future generation. I am, without being aware of it, the result of many of your experiences. You are with me today, as you were yesterday, and will be for the rest of the time I shall live.

Today, you rest that tired, and massacred, body of yours, so full of everything you had reserved for you...
full life, that leaves us with this immense longing and emptiness.
But a life that ceases its chapter, with a sense of accomplishment.

Receive, dear grannie, in that heavenly garden, the most tight hug of all, full of gratitude, from this  granddaughter of yours, who loves you from here to the moon and back.

And a bow.
Yes. A bow!
Because you were a Queen! A true lighthouse in our lives.

Until we see each other again, dear grannie.
Sofia



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sexta-feira, 25 de março de 2016

Páscoa Feliz! :: Happy Easter


Font

A todos, uma Páscoa Feliz!

To all, Happy Easter!


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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Finding Home

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Um mês de Qatar. O cheiro de uma casa nova - aquela que nos escolheu.
Vista deslumbrante, localização top, muita expectativa. 
Infindáveis projectos, a fervilhar na minha cabeça - seja a estância suficientemente longa, para mos permitir concretizar... 

Primeira noite neste novo ninho. 
Poucos pertences. Apenas os essenciais.

A melhor noite de todas, a primeira em que me sinto... em CASA.

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One month in Qatar. The smell of a new house.
Stunning views, top location, many expectations.
Endless project ideas, floating in my head - may our stay be sufficiently long, to allow me to accomplish them all...

First night in this nest.
Few belongings, only the essentials.

The best night of all, the first I feel... at HOME.

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