sábado, 27 de fevereiro de 2016

Finding Home

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Um mês de Qatar. O cheiro de uma casa nova - aquela que nos escolheu.
Vista deslumbrante, localização top, muita expectativa. 
Infindáveis projectos, a fervilhar na minha cabeça - seja a estância suficientemente longa, para mos permitir concretizar... 

Primeira noite neste novo ninho. 
Poucos pertences. Apenas os essenciais.

A melhor noite de todas, a primeira em que me sinto... em CASA.

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One month in Qatar. The smell of a new house.
Stunning views, top location, many expectations.
Endless project ideas, floating in my head - may our stay be sufficiently long, to allow me to accomplish them all...

First night in this nest.
Few belongings, only the essentials.

The best night of all, the first I feel... at HOME.

Font 
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sim, sim, pois, pois... :: Yes, yes, of course...

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"Eles adaptam-se rápido." "São que nem esponjas." - É o que toda a gente diz.

Pois eu mal posso esperar, por esse derradeiro momento, para ver o meu filho sentir-se "integrado".

Leva tempo. Eu sei. Todos sabemos. Mas bolas! No que toca à felicidade e bem estar dele, quero tudo para ontem.

Cada rejeição, cada tentativa falhada, cada pesadelo, cada frustração com que se depara, dói como não outra.
E estar sempre por perto para abraçar, para amenizar, para confortar, é tudo o que posso fazer...     

Cá dentro as emoções a fervilhar, desejando que não tivesse que passar por nada disto. Pronta para comprar, a que preço fosse, o valor da amizade, só pelo prazer de ouvir, a sua gargalhada sincera.

Mas ter que dar ouvidos à razão, e compreender que é um caminho solitário que terá que percorrer sozinho. Acreditar que os amigos certos surgirão, ele saberá escolhe-los - para esses a barreira linguística não será um obstáculo.
Esta experiência vai transforma-lo, vai torna-lo mais forte. 
Ele, que é ainda tão pequenino. 
(Para sempre, o meu bebé).

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"They adapt pretty quickly." "They are like sponges" - It's what everybody says.

Well, I cannot wait for that beloved moment to happen, to see my son feeling "integrated" somehow.

It takes time. I know. We all know it alright. But regarding the happiness and well being of my sweet and darling son, I would like everything to happen just yesterday.

Every rejection, every failed attempt, every nightmare, every frustration, hurts like no other.
And the only thing I can do, is being around him to hug, to soothe, to comfort...

Inside, emotions simmering, wishing he didn't have to go through any of this, ready to buy, at any price, the value of friendship, just for the pleasure of hearing his sincere laugh.

But having to listen to Mr. Reason, understanding that this will be a lonely path, he'll have to walk by himself. Believing that the right friends will come, he will notice them immediately - for those the language barrier won't be an obstacle. 
This whole experience will transform him, will make him possibly a stronger person.
He, who is still so small.
(Forever my baby).



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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Diferenças culturais :: Cultural differences

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E assim de repente já se passaram 2 semanas desde a nossa chegada ao Qatar.

Depois dos primeiros dias em que me senti meio desorientada, posso dizer que começo agora a segunda fase da minha adaptação, aquela em que os nomes estranhos de que toda a gente falava já têm uma cara, uma localização, um aspecto e um cheiro. 
Tenho visitado todos "os cantos à casa" e posso dizer que no geral, gosto do que vejo. 
As obras atrapalham um pouco as vistas para onde quer que se vá, mas já me consigo abstrair delas. 

Entretanto vou-me apercebendo, observando e registando algumas curiosidades com a mente aberta, que não se pode ter a pretensão de ir viver para o país de outrem, sem procurar sentir um profundo respeito pela sua cultura!
Dito isto, há porém algo que me tira um pouco do sério: a falta de respeito!  Ou melhor, aquilo a que eu estou habituada a identificar como tal, e que aqui terei que passar a identificar como: diferença cultural.
Estar numa fila para levar o meu filho à casa de banho, por exemplo, e entretanto a norma local ser a do first come, first serve. Ou à espera de um lugar para estacionar há 10 mins e aparecer outro condutor de nenhures e enfiar-se lá, sem qualquer remorso no coração, porque tinha feito um agreement gestual com o que saia... Grrrr

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And all in a sudden it's already been two weeks since our arrival in Qatar.

After the first few days that I felt completely disoriented, I can say that now begins the second phase of my adaptation process. All the strange names on everyone else's mouths have now a visual location,  aspect and smell.
I've visited all "corners of the house" and can say that, overall, I like what I see.
The intensive works bother the views anywhere we go, but I, already, can abstract from them.

Meanwhile I'm observing and taking notes of some of the local facts, with an open mind. You cannot intend to move to someone else's country, without seeking to feel a deep respect for their own culture!
Having said that, is there, however, something that seriously makes my blood boil: the lack of respect! Well, at least what I'm used to identify as such, and here will have to identify as: cultural differences.
Be in line to take my son to the bathroom, for instance, and the local rule be: First come, first serve... Or, patiently, be waiting for a place to park the car, and see another driver, coming from nowhere, taking our place, without any remorse in his heart, because he'd made a sign agreement with the previous user... Grrrr


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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As Pérolas :: The Pearls

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Muito antes da descoberta do petróleo, nos anos 40, e das reservas de gas natural, que sustentam as exuberâncias e estilo de vida dos qataris, existiam as pérolas.
Foi o mercado das famosas pérolas do Golfo Pérsico, que alimentou os sonhos dos habitantes desta região durante décadas. 

Quando caminho pelas apertadas ruelas do Souq, não consigo deixar de imaginar como seriam aquelas mesmas ruelas, no tempo em que se negociava a chegada das pérolas. 


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Long before, oil discovery, in the forties, and natural gas reserves, that sustain the exuberance of the Qatari's lifestyle, there were the pearls.
The trade of the famous pearls from the Persian Gulf, fed the dreams of the inhabitants of this region, for decades.

When I walk through the Souq's narrow streets, I can't help myself wondering about those same streets at the time of the pearls' arrival to the shore and the crazy negotiations that might have occurred in there. 




As pérolas são tão queridas para os qataris, que estes, decidiram fazer uma ilha artificial com forma de conchas, a que chamaram The Pearl. É a zona mais ocidentalizada da região, e a preferida pelos expatriados para morar. 


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Pearls are so dear to the Qataris, that they've decided to build an artificial island, shell shape, which they named The Pearl. It is the most Westernized part of the region, and one of the preferred by expats to live.


Fonte
As bonitas e delicadas pérolas são o resultado da defesa da ostra a um corpo estranho, como um grão de areia. Quando fiz esta descoberta, há algum tempo atrás, fiquei mesmo fascinada. Quer isto dizer que perante a adversidade, a ostra  cria qualquer coisa de maravilhoso, bonito, perene e valioso - uma pedra preciosa! 

Assim de repente, ocorre-me uma bela analogia, e a vós? 

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Beautiful and delicate pearls are the result of the oyster's defense to a foreign body, like a grain of sand. When I made this discovery, some time ago, I was really fascinated. This means that in the face of an adversity, the oyster creates something wonderful, beautiful, lasting and valuable - a gem!

Suddenly occurs to me a beautiful analogy, what about you?


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sábado, 6 de fevereiro de 2016

O Souq

Os minhas últimas duas tardes foram passadas no Souq Waqif, o tradicional mercado de Doha. Sem sombra de dúvida, o meu local favorito até agora.

Num país que se está a construir do zero, sabe bem um pouco desta autenticidade e carácter.
Para nós europeus, faz muito sentido saber de onde viemos e sentir o peso da história a caminhar ao nosso lado. Nunca antes tinha pensado sobre isto, porque nunca antes tinha vivido num sítio assim. 

No Souq podemos encontrar de tudo um pouco, desde cafés e restaurantes, a tecidos, roupa tradicional,  jóias, artesanato, especiarias (ao kilo), animais, materiais de jardinagem, etc. 

A minha primeira e única experiência num Souq árabe, foi em Marrakech, mas gostei muito mais deste porque os vendedores não são tão insistentes. Abordavam-me, é facto,  mas de uma forma muito mais subtil, o que torna a experiência muito mais agradável.

É um sitio verdadeiramente encantador para ir com o Salvador pois está cheio de cores e cheiros diferentes, ali, ele tem muito com que se entreter e pode andar à vontade pois não passam carros. O único desafio é mesmo não o perder de vista...

Para primeira experiência, os ávidos comerciantes de barba branca conseguiram vender-me um saco de amendoins, que o meu petiz namorava, pelo dobro do valor e ainda por cima intragáveis... 
Ainda acreditei que por aqui fosse prática venderem-se amendoins "verdes", por isso mal cheguei a casa coloquei-os no forno para os tostar e eventualmente melhorar-lhes o sabor,  mas não. Os danados eram mesmo, mesmo intragáveis...
Se fiquei furiosa? Nem por isso... Faz parte da experiência do Souq.









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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Primeira semana em Doha

Fez ontem uma semana que chegamos a Doha. 
A viagem correu bem, talvez se tivéssemos optado pelo voo diurno a experiência fosse um pouquinho melhor, pois teríamos conseguido dormir.
Mas tirando isso, e uns inesperados vômitos do Salvador, chegamos inteirinhos.

As mudanças não são novidade para mim, (muito menos para o Carlos), já passei por 4, todas elas na nossa velha Europa, e todas elas com os seus períodos de adaptação respectivos.
E para que não pensem que isto é sempre canja e muitos folhos, vou procurar mostrar as várias fases da lua.

1. Os meus primeiros 3 dias foram de uma ligeira depressão, uma sensação de profundo desenraizamento. O Qatar é um país desenvolvido no Médio Oriente, mas está a quilómetros de distância daquilo a que os meus olhos estavam habituados a ver, os meus ouvidos a ouvir, os meus pulmões a respirar, os meus sentidos a sentir.
O Carlos mostrava-me tudo aquilo que eu deveria saber para o meu dia-a-dia. A minha cabeça fervilhava com tantos processamentos, sítios novos, nomes difíceis de dizer (e memorizar), a dada altura dizia que sim a tudo, mas no dia seguinte não me lembrava de nada...

2. Tudo está a ser construído de raiz por aqui, para qualquer parte que se vá, para qualquer lugar que se olhe, há construção! 
Mega projectos de estradas, condomínios, novas áreas residenciais projectadas do zero, prédios de arquitectura modernista, metros, shoppings, túneis, estádios, parques, museus... 
O pó, o barulho, o trânsito devido a vias cortadas e a semáforos de espera demasiado longa, são portanto inevitáveis, ganhando uma proporção macro no meu caso, pois nos últimos tempos estava habituada a uma vida mais pacata, numa vila pequena onde respirava ar puro e podia fazer tudo a pé ou de bicicleta.
Tudo isto foi absolutamente maravilhoso numa fase muito particular da minha vida, mas agora tive que ligar o acelerador e estou a habituar-me ao novo ritmo.

3. A compreensão do inglês que se fala por estes lados envergonha-me, grande parte dos trabalhadores são indianos, paquistaneses, filipinos... e eu não os entendo de forma alguma.
Peço educadamente para repetirem, 1, 2, 3, 4, 5 vezes, e a partir daqui envergonho-me, abano a cabeça, dizendo que percebi, quando na verdade não percebi nada...

5. Acordar de manhã sem um propósito especial, sem ter as minhas rotinas, as minhas coisas por perto, os meus lugares... e um rapazinho exigente - também ele em adaptação - e com necessidades prementes colado a mim 24h/dia, é avassalador.
Ele tem sido o melhor dos meninos, mas também se tem mostrado mais desafiante do que o normal, aprender a lidar com a frustração de não conseguir fazer algo que já fazia bem, como por exemplo comunicar, é algo difícil para ele. Ao mesmo tempo o meu nível de paciência também não está no seu melhor, por isso não tenho sido a melhor mãe estes dias...

Se gosto de aqui estar? É o que todos me perguntam.
Adoro saber que estamos todos juntos, que vamos todos viver algo único, marcante e inesquecível mas ter "o meu espaço" bem definido é essencial para o meu equilíbrio, por isso vou gostar muito mais quando encontrarmos a casa certa para nós e trouxermos as nossas coisas.
Viver em hotéis de forma prolongada é "estranho", e é estranho porque não consigo encontrar uma palavra mais adequada para o definir. É sentir que se tem a vida em standby, é sentir que se está à espera de alguma coisa que nunca mais chega, é viver em ansiedade e deixar passar os momentos especiais no meio dessa pausa, e disso eu não gosto, e isso, a parte consciente que habita em mim, não tem tido a capacidade de travar.

Estes estados de espirito não se devem reprimir, sentem-se, vivem-se e existem em nós, e não vale a pena omiti-los, sei por experiência própria, que fazem parte do processo de adaptação, porém também sei que não se podem alimentar durante muito tempo sob pena de tomarem totalmente conta de nós. Por isso ao 3º dia renasci, e decidi que estava na hora de explorar as novas possibilidades com o coração aberto.

E possibilidades é o que por aqui não falta. Com uma comunidade de expatriados que ronda os 80% dos habitantes do Qatar, existem 1001 coisas para explorar.
Felizmente o nível de vida da comunidade expatriada permite um acesso mais facilitado a coisas, locais e pessoas, mais longínquos nos seus países de origem.
A vida social que tive nesta última semana foi garantidamente superior à que teria em Portugal em 2 meses inteiros. Já deu para perceber que os convites aqui chegam de todas as partes e todos os dias.

O sentido de comunidade é espantoso, todos deixamos para trás família, casa e amigos, por isso todos temos as mesmas necessidades - encontrar novos amigos - para nós e para os nossos filhos - fazer deles a nossa família emprestada.
Ouvir todas as dicas de quem já cá está há mais tempo. Ir conhecendo os cantos e recantos da cidade, através dos olhos deles, para depois filtrar com os nossos.

Doha, obrigada por nos acolheres.
Com as dificuldades e facilidades com que te vamos percorrer, estamos ansiosos por te conhecer melhor.


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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O 3º Aniversário

Antes desta grande aventura começar, festejamos o 3º aniversário do Salvador - que não quero deixar de registar neste meu cantinho virtual, por nada deste mundo.

O aniversário sem prenda(não valeu de muito sublinhar no convite), aconteceu há uma semana atrás, e foi... M Á G I C O.

O primeiro aniversário é sempre aquele mais ansiado, pelos pais, porém o terceiro foi sem sombra de dúvida, para nós, o mais especial.
As pessoas, a meteorologia, a métrica perfeita do nosso número mágico, o local, os amiguinhos dele, com as gargalhadas e gritos de que são feitos, a sombra da despedida, os preparativos do espaço com direito a vertigens e tremeliques da M, a experiência adquirida em anos anteriores, a saga da máquina das bolas de sabão, que só foi possível graças aos meus bons amigos "irlandeses", e que não sobreviveu ao final do dia para contar a história...

Tema: Balões de ar quente


Em termos de menu, as receitas do ano anterior funcionaram na perfeição, por isso voltei a aplicar a mesma dose e proporção: 
Cake pops, brownies, mousse de chocolate, cheesecake (este ano adicionei uma mini colher a cada copinho e funcionou muito melhor), bolo light de amêndoa.
Novidade: salada de fruta - saiu que nem ginjas!


Para a decoração. 
Candeeiros de papel transformados em balões de ar quente, bandeirolas de anos anteriores (feitos pela madrinha), tecido e dossel da IKEA, núvens de cartolina desenhadas por mim e cortadas pelo pai, globo da loja asiática mais próxima (e que ficou de lembrança para o amigo D (altamente apreciador de globos), flores do campo cedidas pela querida M. Caixa de madeira, mapa antigo da coleção do papá. Balão nº 3, lança confétis, serpentinas, balões de ar quente, acessórios photo booth, tudo daqui.



Caixinhas de pipocas de cartolina, muito mais simples de fazer do que parecem.
Bolo, obra da maravilhosa Susana Pinto.


Indicadores feitos com palitos de BBQ e cartolina.



No meio da desordem que eram os nossos dias de então, esforcei-me mesmo muito por lhe preparar um dia muito especial. No fim do dia valeu tudo a pena.
Era um menino feliz.
E eu não poderia desejar nada mais.

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